A vasectomia tem se tornado uma opção cada vez mais popular no planejamento familiar dos brasileiros. No entanto, por mais ponderada que seja a decisão de realizar a esterilização cirúrgica masculina, as mudanças dinâmicas da vida fazem que com até 6% desse grupo de homens desejem gerar novos filhos.
A cirurgia de reversão de vasectomia tem 2 objetivos principais: fazer com o individuo volte a ejacular espermatozoides, também conhecido como patência, e gerar uma gravidez espontânea. A gravidez espontânea depende também de fatores femininos e da compatibilidade do casal o que é difícil de prever com certeza antes da cirurgia. No entanto, o fator mais importante para determinar a volta do fluxo dos espermatozoides é a qualidade com que a cirurgia é feita, sobrepondo-se ao tempo decorrido desde a vasectomia.
A questão é que quanto mais tempo desde a vasectomia, maior a chance de haver um entupimento geral da saída de espermatozoides do testículo. Daí o conceito equívoco de que é impossível reconstruir o ducto deferente após 10 anos de vasectomia. No entanto, microcirurgiões treinados nesse tipo de procedimento sempre avaliam a presença de espermatozoides antes de fazer as reconexões do sistema, o que maximiza as taxas de sucesso. Se espermatozoides forem encontrados acima do ponto de interrupção no momento da reversão, independente do tempo desde a vasectomia, as chances de ele manter um canal aberto e com fluxo de espermatozoides é em torno de 95%. Caso os mesmos não sejam encontrados, é necessário fazer uma conexão complexa do vaso deferente diretamente com o epidídimo. Essa conexão tem uma taxa de patência ainda em torno de 70%, o que tornará as chances de gravidez plausíveis.