O tratamento da azoospermia não obstrutiva se constitui um dos maiores desafios em Andrologia na atualidade. A captação cirúrgica de espermatozoides é invasiva e as taxas de sucesso ainda giram em torno de 50%. Seria muito interessante de houvesse um exame capaz de determinar de forma adequada quem são os pacientes que possuem espermatozoides nos testículos, o que ajudaria a escolher os melhores candidatos à microdissecção testicular (microTESE). Várias ferramentas já foram testadas nesse intuito, porém ainda sem padronização e acurácia satisfatórias. Um estudo retrospectivo recente tentou avaliar o tamanho dos túbulos seminíferos e outros parâmetros convencionais determinados por ultrassonografia do testículo na predição de sucesso microTESE em 806 homens com azoospermia não obstrutiva. Tal método utilizando o valor de corte de 250 mm para o maior diâmetro do túbulo seminífero determinou uma acurácia da ordem de 80%, podendo chegar a 85% utilizando métodos matemáticos que incluem parâmetros como idade, nível de FSH e alterações cromossômicas. Assim o próximo passo seria tentar utilizar esse método de forma prospectiva para ajudar na tomada de decisão de que se beneficia ou não da cirurgia.