Já parou para pensar porque em homens normais há uma grande variabilidade entre os valores de testosterona? É intrigante que frente a níveis de normalidade que oscilam entre 300-1000 ng/dL, e uns têm 350 outro giram em torno de 800-900 ng/dL, não é mesmo?
Infelizmente muito pacientes e profissionais utilizam as médias populacionais baseadas em idade para indicar se alguém está em nível adequado ou não. No entanto, as médias populacionais pouco importam devido a um pequeno detalhe: o receptor androgênico.
A testosterona circulante tem seu efeito androgênico primordial através do receptor. A questão é que existem quase 30 tipos diferentes de moléculas, fato conhecido como polimorfismos do receptor androgênico, cada um com uma sensibilidade diferente. É por isso que indivíduos com níveis tão diferentes podem ter funções igualmente normais, pois há receptores BEM mais sensíveis que outros. Assim sempre ao avaliar um possível quadro de deficiência hormonal é preciso avaliar os dois lados da equação: níveis circulantes de testosterona e eficiência do receptor androgênico. Atualmente já é possível fazer pesquisa dos polimorfismos do receptor androgênico através das repetições CAG, no entanto esse exame ainda carece de padronização e sua aplicação prática ainda está sendo estudada. Porém a melhor maneira de avaliar o balanço da equação é através presença de sintomas sugestivos, fator preponderante para se caracterizar a deficiência androgênica nos dias de hoje.