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Reabilitação Peniana (e Sexual) após Câncer Pélvico

Cirurgias radicais dos órgãos pélvicos têm um profundo impacto na vida sexual dos pacientes. A cirurgia para câncer de próstata (prostatectomia radical) é o principal exemplo de cirurgia pélvica com repercussão na qualidade das ereções masculinas, no entanto isso também é verdade para cirurgia de bexiga e reto e intestino grosso.  Com o aumento da sobrevida global do câncer e com o desenvolvimento de técnicas minimamente invasivas, cada vez mais os pacientes estão interessados em estratégias  para otimizar a recuperação da função erétil.

Por melhor que seja a qualidade da preservação nervosa durante a cirurgia, a manipulação do feixe nervoso sempre gera algum grau de perda pelo menos temporária da função do nervo, a qual pode durar até 2 anos. Nesse período o pênis fica sem inervação e a falta de ereções pode levar a degeneração irreversível do tecido erétil. Historicamente, os pacientes que sofriam de disfunção erétil após a cirurgia radical da próstata eram apenas observados e encorajados a esperar pelo retorno da FE sem a necessidade de intervenção ativa. Os resultados de tal abordagem eram insatisfatórios para ambos pacientes e médicos

O termo reabilitação peniana consiste no emprego de uma estratégia para maximizar as chances de recuperação da função erétil pré-operatória, através da manutenção de ereções frequentes capazes de manter a oxigenação do pênis. Medicações orais para ereção são bastante utilizadas para esse fim, no entanto infelizmente uma grande parcela dos pacientes não respondem de forma satisfatória aos comprimidos no primeiro ano que segue a cirurgia.

Assim, muitos pacientes necessitam de injeções penianas para o restabelecimento das ereções funcionais. Apesar de ser um tratamento rejeitado por muitos pacientes em um primeiro momento, há uma grande aceitação após os testes iniciais, já que essas injeções são praticamente indolores e têm uma alta eficácia. Desta forma permitem que pacientes possam retornar a suas atividades sexuais imediatamente, sem a necessidade de se aguardar 1 a 2 anos. A medida que se observa uma recuperação das ereções naturais ao longo do tratamento,  é feito o desmame gradual dos tratamentos de reabilitação. Com o acompanhamento adequado apenas uma minoria dos pacientes vai necessitar de prótese peniana.

Mais recentemente, o termo reabilitação peniana tem dado espaço ao termo reabilitação sexual, pois o objetivo não é apenas preservar as ereções, mas também manter um vida sexual saudável através de aconselhamento e tratamento de outras disfunções sexuais que ocorrem em pacientes submetidos a cirurgia da próstata: queda da libido, incontinência urinária durante o ato sexual, encurtamento peniano, doença de Peyronie, dor durante a ejaculação, perda da intensidade do orgasmo, queda da testosterona, entre outras.

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