Existe uma controvérsia sobre o efeito dos medicamentos anti-hipertensivos na função sexual masculina. Apesar de haver evidências de que algumas classes de medicamento piorem a função erétil, os dados são conflitantes. Além disso é incerto o efeito cumulativo da associação de drogas em doses crescentes utilizados em casos refratários ou em tratamentos intensivos para HAS. Para tentar explorar essa questão pesquisadores desenvolveram um ensaio clínico de homens com hipertensão em uma amostra de 1255 indivíduos maiores de 50 anos. Os participantes foram aleatoriamente designados para um grupo de tratamento intensivo (meta de pressão sistólica < 120 mmHg) ou um grupo de tratamento padrão (meta <140 mmHg). No início do estudo, cerca de dois terços (66,1%) da amostra já apresentavam disfunção erétil. Aos 48 meses após randomização, houveram mudanças no escores de função erétil diferentes em cada etnia: homens brancos que tiveram o tratamento intensivo apresentaram uma melhora da função erétil enquanto os negros tiveram uma piora. Após ajustes estatísticos tais diferenças não aparentaram ser clinicamente significativas. A conclusão do estudo é que o tratamento intensivo da HAS não parece ter influência significativa na função erétil.