A doença de Peyronie é caracterizada por duas fases distintas: fase aguda (ou ativa) e fase crônica (ou estável). A fase aguda é aquela que ocorre nos primeiros meses do estabelecimento da doença. Nessa fase é possível que haja dor e aparecimento de nódulos palpáveis na haste do pênis, no entanto o que mais a caracteriza é a natureza dinâmica dos sintomas. Pode haver agravamento ou melhora da deformidade e a(s) placa(s) (que é o nome técnico para os nódulos) geralmente muda(m) de aspecto.
Devido a transitoriedade da fase aguda, tratamentos definitivos não são indicados. Neste momento o objetivo é tentar impedir a progressão da doença ajudando na transição para a fase crônica e estável. As opções disponíveis nessa fase incluem medicamentos orais, tratamentos injetáveis, terapia de ondas de choque e uso de tração peniana.
- Medicamentos orais: vários medicamentos já foram testados em doença de Peyronie ao longo das ultimas décadas. Dentre eles os mais comuns foram: vitamina E, pentoxifilina, ômega 3, carnitina, potaba, colchinha, drogas anti-inflamatórias e medicamentos para ereção. No entanto, nenhuma dessas drogas demonstrou qualquer eficácia nos estudos e foram retiradas das recomendações das principais entidades urológicas do mundo. Drogas anti-inflamatórias e colchicina por tentarem diminuir o processo inflamatório, podem ser utilizados no manejo da dor, mas não da deformidade. Drogas para ereção ajudam a tratar os casos de disfunção erétil associada, mas sem interferir na deformidade. Logo remédios orais podem der utilizados para condições específicas mas não devem ser prescritos para tratamento de deformidade peniana, pois possuem reconhecidos efeitos colaterais e nenhuma eficácia.
- Terapias injetáveis: essa tratamento tem resultados superiores, que apesar de modestos, constituem a opção com melhor nível de evidência. Injeções com colagenase do Clostridium histolyticum não estão disponíveis no Brasil e geralmente são opções melhores para a fase crônica. Verapamil e Interferon são as opções disponíveis em nosso meio.
- Terapia por ondas de choque: apesar de haver um grande interesse nessa nova estratégia de tratamento, não foi demonstrado nenhuma melhora da deformidade em si. Pode ser empregada para ajudar no controle da dor, pois acelera o desaparecimento da mesma.
- Tração peniana: pode demonstrar melhora da deformidade, mas tem melhores resultados quando usada em combinação com as terapias injetáveis.
Em resumo, existem opções tratamento para a fase aguda da doença de Peyronie que são minimamente invasivas e pode ser utilizadas para limitar e até mesmo melhorar as deformidades. Medicamentos orais são ineficazes e não devem ser prescritos de rotina.